Entenda o que é monóxido de carbono

Sempre que ouvimos falar em monóxido de carbono, representado pela fórmula molecular CO, rapidamente associamos o gás a perigo, poluição ou intoxicação. Mas que tal entender melhor o que é monóxido de carbono? O monóxido de carbono é um gás incolor, sem cheiro ou sabor, inflamável e perigoso (já que é um asfixiante químico que pode provocar intoxicação). Conheça suas principais fontes emissoras e saiba como evitar o risco de intoxicação.

Fontes emissoras de monóxido de carbono

O monóxido de carbono é liberado no ambiente por fontes naturais ou antrópicas (causas humanas). As fontes emissoras naturais podem ser: atividade vulcânica, descargas elétricas e emissão de gás natural. No entanto, as fontes emissoras antrópicas equivalem a aproximadamente 60% do monóxido de carbono presente na troposfera. Tudo isso é produto da combustão incompleta, ou seja, a queima de lenha, carvão vegetal e mineral; gasolina; querosene; óleo diesel ou gás quando não há oxigênio suficiente para consumir todos esses combustíveis.

Além disso, o monóxido de carbono pode se originar pela oxidação fotoquímica de compostos orgânicos voláteis (VOCs) na atmosfera ou na superfície de corpos de água. Na atmosfera, o composto pode sofrer oxidação e formar dióxido de carbono; nas águas superficiais, que ficam saturadas dele, micro-organismos são capazes de utilizar o composto como fonte de energia.

As fontes emissoras de monóxido de carbono mais frequentes e que lançam maior concentração do gás na atmosfera (milhões de toneladas) são as queimadas, que ocorrem em florestas do mundo todo, e o gás emitido do escapamento dos veículos.

Imagem editada e redimensionada de José Cruz / ABr, está disponível no Wikimedia e licenciada sob CC by 3.0

Utilização

O monóxido de carbono é muito utilizado industrialmente como agente redutor, removendo o oxigênio de alguns compostos, como ocorre na produção do ferro e de outros metais, e na síntese de diversas substâncias orgânicas, como ácido acético, ácido fórmico, plásticos, metanol e outros. Na Segunda Guerra Mundial, foi usado nas câmaras de gás em campos de concentração.

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Intoxicação por monóxido de carbono

De acordo com alguns estudos, a principal via de exposição ao monóxido de carbono é a respiratória. Intoxicações agudas podem ser fatais devido a afinidade do gás com a hemoglobina contida nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio (O2) para os tecidos de todos os órgãos do corpo. A afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono chega a ser 240 vezes maior que pelo O2.

Uma vez inalado, o gás é rapidamente absorvido nos pulmões, atravessando as membranas alveolar, capilar e placentária e, em circulação, liga-se de maneira estável com a hemoglobina. A intoxicação no corpo humano se dá quando o monóxido de carbono entra em competição com o oxigênio pela hemoglobina, reduzindo a liberação de oxigênio fixada sob a hemoglobina, e assim, impedindo o transporte e diminuindo a quantidade de oxigênio disponível nos tecidos, levando à morte por asfixia.

Efeitos

A existência de uma intoxicação crônica de monóxido de carbono resultante de uma exposição prolongada a baixas concentrações pode ocasionar efeitos tóxicos cumulativos, como insônia, cefaleia, fadiga, diminuição da capacidade física, de aprendizado e trabalho, tonturas, vertigens, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, alterações auditivas, doenças respiratórias, anorexia, mal de Parkinson, isquemia cardíaca, cardiopatias e aterosclerose. Nos idosos, causa um aumento na mortalidade por infarto agudo.

Os sintomas de uma ligeira intoxicação por monóxido de carbono incluem desmaio, sensação de confusão, cefaleia, vertigens e outros similares aos da gripe.

Exposições longas podem conduzir a uma intoxicação grave no sistema nervoso central, no coração e até levar à morte. As sequelas de uma intoxicação aguda são quase sempre permanentes.

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Qualidade do ar

Os padrões de qualidade do ar nacionais foram firmados em 1976 pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e aprovados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Em abril de 2013 foi publicado o Decreto nº 51113, que possui parâmetros da qualidade do ar mais rigorosos.

No caso do monóxido de carbono, o padrão estadual chega a 9 ppm para um tempo de amostragem de 8 horas. Quanto ao índice de qualidade do ar adotado pela Cetesb – Companhia de de Tecnologia de Saneamento Ambiental, a qualificação do CO no ar, para 8 horas de amostragem é:

  • Boa: 9 ppm,
  • Moderada: 9 a 11 ppm;
  • Ruim: 11 a 13 ppm;
  • Muito ruim: 13 a 15 ppm;
  • Péssima: mais de 15 ppm.
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É importante ficarmos de olho nesse índice de qualidade do ar, principalmente no inverno e se temos crianças, pessoas idosas ou com problemas cardíacos em casa, pois um alto índice de monóxido de carbono no ar pode ser mais prejudicial para esses grupos de pessoas.

Como evitar intoxicação

O alto índice de monóxido de carbono no ar pode ser nocivo à nossa saúde e devemos controlar as fontes do gás que temos em nossas casas, já que elas também possuem potencial de intoxicação, como aquecedores a gás ou a querosene não ventilados, fornalhas, fornos a lenha, fornos a gás, lareiras e a exaustão dos automóveis. Podemos evitar essas fontes de intoxicação com algumas sugestões:

Equipe eCycle

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