Neutralização de carbono com fertilização oceânica pode ser problemática

A neutralização de carbono por fertilização oceânica é uma solução da geoengenharia que pode compensar as emissões de gases do efeito estufa. Ela consiste no lançamento de ferro em amplas áreas onde há excesso de nutrientes. O ferro estimula o crescimento biológico da região, principalmente de organismos aquáticos como fitoplânctons que irão se proliferar, aumentando a conversão de CO2 da atmosfera em matéria orgânica.

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O oceano retém mais de 90% do calor contido nos gases de efeito estufa que produzimos em processos naturais. Ou seja, ele realiza o sequestro de uma quantidade enorme de CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono), cerca de 30% das nossas emissões – é o segundo maior reservatório de CO2, ficando atrás apenas das reservas geológicas. A figura no começo desta matéria mostra manchas de fitoplâncton no mar após o fertilização oceânica

Essa matéria orgânica se deposita no fundo do oceano e posteriormente, com sua decomposição, cria um estoque de CO2 acumulado também no fundo do mar. Entretanto esse método afeta os principais ciclos naturais do oceano, além de proporcionar efeitos negativos ainda incertos nos serviços ecossistêmicos (em termos locais e globais), alterar a rede alimentar, diminuir o oxigênio, influenciar o crescimento de algas prejudiciais, acidificar o ambiente, formar gases de efeito estufa às vezes piores que o CO2, como o metano e óxido nitroso, entre outros.

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Diversos experimentos pelo mundo foram realizados para testar e investigar o comportamento da aplicação de ferro no oceano. As principais conclusões foram: o ferro é um nutriente que afeta o crescimento de fitoplânctons; e há intervenção nos ciclos biogeoquímicos e no clima do planeta.

Outra polêmica na questão da neutralização de carbono por fertilização oceânica de certa parte da população é o interesse econômico por essa técnica. Em 2012, um empresário americano despejou nos mares do Canadá mais de 100 toneladas de sulfato de ferro para aumentar a sua criação de salmão e também para vender créditos de carbono. Essa ação chocou especialistas devido à falta de evidências científicas sobre a fertilização.

Apesar de ser uma opção para neutralização de carbono, a fertilização ainda não é segura para ser difundida e aplicada. A Sociedade de Oceanografia (The Oceanography Society) afirma que, devido ao conhecimento parco e às poucas pesquisas existentes sobre a fertilização oceânica, essa técnica não deve ser considerada como opção para mitigação das mudanças climáticas… Mas também não deve ser descartada, e sim estudada. Desse modo, seria possível testar hipóteses e entender melhor sobre as respostas dos ecossistemas marinhos em relação ao aquecimento global.

O lado bom é que existem outras técnicas de neutralização de carbono, como o plantio de árvores, que não é nocivo, como a fertilização oceânica. Para entender melhor esse tema, dê uma olhada na matéria: “Conheça as técnicas de neutralização de carbono“.

Além disso, algumas empresas, como a Eccaplan, oferecem o serviço de cálculo e neutralização de carbono para indivíduos e empresas. As emissões inevitáveis podem ser compensadas em projetos ambientais certificados. Dessa forma, a mesma quantidade de CO2 emitida nas empresas, produtos, eventos ou no dia a dia de cada pessoa, é compensada com incentivo e uso de tecnologias limpas.

Como produzir eventos sustentáveis

A compensação ou neutralização de carbono, além de viabilizar financeiramente projetos ambientais, melhora a qualidade de vida das pessoas e promove o uso sustentável de áreas verdes. Para saber como começar a fazer a neutralização do carbono emitido por você, sua empresa ou evento, assista ao vídeo e preencha o formulário a seguir:

Equipe eCycle

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